Eduardo Baptista colocou o Tigre como um dos candidatos ao acesso à Série A (Gustavo Ribeiro/Novorizontino)
Técnico do Novorizontino é um dos quatro que estão no comando desde o início da Segundona
Eduardo Baptista se consolida como um dos técnicos mais regulares da Série B 2023. Ele chegou ao Novorizontino nesta temporada com um objetivo bem definido: levar o clube à elite do futebol nacional.
O Tigre atuou em 44 jogos sob a batuta de Eduardo, somando Paulistão e Brasileiro. Acumulando 25 vitórias, oito empates e 11 derrotas, tem um aproveitamento de 62,9% dos pontos disputados.
Em entrevista exclusiva ao Click Esportivo, o treinador do Aurinegro abordou diversos temas. Entre eles, falou que quer seguir os passos do pai, Nelsinho, e fazer história.
Click Esportivo – Como foi motivar e remontar um elenco que veio de um rebaixamento no estadual e quatro mudanças no comando em 2022?
Eduardo Baptista – Foi um trabalho desafiador desde o convite. Meu pai, Nelsinho, tem um nome na cidade, conquistou muito e tem uma história com o extinto Grêmio Esportivo Novorizontino.
Isso trouxe uma responsabilidade muito grande para a gente fazer as coisas certas no clube, ter um trabalho bem feito, pois a família Baptista tem um legado grande aqui, colocando aquele time na rota nacional do futebol.
O outro desafio era vir para um time que foi rebaixado no Paulista e quase caiu na Série B. Tínhamos de mudar uma característica e uma filosofia desse time jogar, pensar, agir, e viemos com esse pensamento, de mudar perfil e ter um jeito novo de fazer futebol.
Todos nós, junto do Michel Alves (Executivo de Futebol), do Luiz Carlos Goiano (coordenador técnico), do presidente Genilson (da Rocha Santos), tivemos bastante comunhão em tudo.
As ideias convergiram e até aqui conseguimos bater as metas colocadas. Primeiro o acesso no Paulistão e agora muito perto de atingir os 45 pontos para manutenção na Série B. A partir daí, o desafio será levar esse clube à Série A.
Click Esportivo – Você se arrepende de algo na carreira ou acha que chegou em clubes gigantes “cedo demais”? Qual sua projeção de voltar a este patamar?
Eduardo Baptista – Quando tive de tomar a decisão de continuar na preparação física, tinha 18 anos como profissional de alto nível. Com títulos brasileiros e internacionais, no futebol japonês, ou ser um treinador, sabia que a carreira de treinador é feita de decisões. Algumas te levarão para um caminho feliz, outras não.
Quando saio de uma zona de conforto, com uma carreira sólida na preparação física, em um clube sólido e busco ser treinador, passo de um experiente profissional a um jovem iniciante na carreira. Assumo riscos e não me arrependo de nada.
Procuro aprender, corrigir o que fiz, mas arrependimento zero. Isso não existe no meu vocabulário. Quando tomo a decisão de vir para o Novorizontino, o acerto só vou ver lá na frente, quando as coisas acontecerem.
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Click Esportivo – Como você avalia o nível da Série B deste ano, considerando a pontuação do G-4 e do Z-4?
Eduardo Baptista – Vejo um nível muito bom, um campeonato equilibrado, tanto que vemos pelo menos oito equipes com condições de acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro. Bons times, que foram montados para subir estão em um nível intermediário, para ver o nível dessa competição, não só pelo investimento, mas pelo trabalho, sistemas táticos, organização.
Equipes como a nossa, como a do Criciúma, que não têm um alto custo, mas são organizadas, competitivas, estão brigando também.
Click Esportivo – Como a experiência na Série A e outras competições ajudaram na sua formação profissional?
Eduardo Baptista – Participar de uma Série A traz conhecimento, é importante pois você lida com um nível técnico maior, mas em todas as divisões que passei, trabalhando como treinador ou não, trouxe riqueza para minha formação, cada uma dentro da sua característica me engrandeceu.
As competições nos dão bastante conhecimento e sou um cara que tento aproveitar ao máximo onde estou. O que posso agregar, aprender? Grandes experiências trazem uma maturidade mais cedo, mas sempre por onde passei aprendi alguma coisa.
Click Esportivo – O Novorizontino contratou três atletas na última janela de transferências. De que forma eles podem ajudar na manutenção do G-4?
Eduardo Baptista – Primeiro temos de destacar a boa montagem para a competição, trouxemos atletas agora para lacunas de características que não tínhamos. Joãozinho, que veio de um futebol russo, sabe preencher o meio. É um atacante de beirada que joga por dentro, sabe fazer uma ala, canhoto, necessitávamos disso.
O próprio João Afonso, um meio-campista, volante de forte marcação, mas que sabe sair para o jogo, é bastante interessante. E um zagueiro canhoto, já que tínhamos apenas o Ligger e vi a necessidade de termos mais um para usar.
Estamos variando de um sistema 3-4-3, para 4-1-4-1, ou 5-3-2 algumas vezes, então ter mais um zagueiro canhoto é importante. Buscamos no mercado o que faltava, não por desespero de resultado fazendo sete, oito contratações. Isso mostra que a montagem inicial do elenco teve êxito.
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