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Acesso, SAF, eleição e reforma do Nogueirão: presidente passa a limpo temporada do Potiguar de Mossoró

Segundo Djalma Júnior, o grande objetivo do Potiguar de Mossoró nos próximos anos é deixar distante a possibilidade de ser […]

Djama Júnior, presidente do Potiguar de Mossoró

José Marcelo Diaz/Potiguar de Mossoró

Segundo Djalma Júnior, o grande objetivo do Potiguar de Mossoró nos próximos anos é deixar distante a possibilidade de ser um clube sazonal

No comando do Potiguar de Mossoró desde 2021, quando assumiu o time diante de um vácuo de poder, o presidente Djalma Júnior começa a vislumbrar, junto com toda a torcida do Time Macho, a possibilidade do Alvirrubro voltar a figurar entre os times permanentes no cenário nacional, deixando a sazonalidade que atormenta boa parte das instituições do interior no país.

Com um bom ano em 2023, onde foi terceiro colocado do Estadual – atrás apenas dos tradicionais ABC e América-RN -, a equipe interiorana alcançou pela primeira vez o mata-mata da Série D e está em vantagem na fase de 16 avos de final após vencer o Bahia de Feira por 2 x 1, jogando em sua casa, o estádio Nogueirão.

Por isso, em entrevista exclusiva ao Click Esportivo, o mandatário do Potiguar de Mossoró avaliou o bom ano do time, traçou os objetivos para a temporada 2024 e falou sobre os rumos administrativos a serem tomados no clube que, inclusive, passará por uma corrida eleitoral entre os meses de setembro e outubro.

Click – Em 2023, o Potiguar de Mossoró conseguiu uma classificação inédita ao mata-mata da Série D, após terminar o estadual em terceiro lugar, atrás apenas de ABC e América-RN, clubes de divisões acima e com muito mais capacidade de investimento. Como você avalia a temporada até o momento?

Acreditamos que por tudo que vem sendo construído desde o ano passado, que o nosso ano é muito bom. Conseguimos concorrer com América-RN e ABC no Estadual, que possuem um investimento muito maior que o nosso. Só o do ABC é cerca de 20 vezes maior que o do Potiguar de Mossoró. Fomos terceiros colocados do Estadual, na pré-Copa do Nordeste perdemos para o CSA, outro clube de grande investimento, em um jogo atípico, pois nós jogamos melhor, mas saímos derrotados.

No Estadual, a gente sabia o que queria. A nossa meta era ficar entre os três melhores e ela foi alcançada. Fomos para uma chave muito pesada no brasileiro, onde havia equipes com grandes orçamentos e conseguimos nos classificar contra times tradicionais como o Santa Cruz e o Campinense, que eram as favoritas.

Olhando todo o contexto do ano, que ainda não terminou, e eu espero que ainda continue por mais tempo para nós, não tem como não dizer que não foi positivo. Ainda conseguimos nos consolidar com calendário para o próximo ano, algo que é fundamental para um clube que deseja não voltar a ser sazonal.

ClickA classificação em um grupo muito equilibrado credencia o Potiguar de Mossoró a disputar o acesso na Série D. Após vencer o primeiro jogo do mata-mata com o Bahia de Feira, como está a confiança internamente para chegar à Série C no próximo ano?

A campanha do Bahia de Feira é muito boa. Foram bem em uma chave difícil, onde terminaram em segundo, algo que deu a eles o fator positivo de decidir em casa, e não perderam nenhum jogo em casa. Por isso, sabíamos da necessidade de fazer o resultado em Mossoró para buscar a classificação.

Eles têm uma equipe muito equilibrada e nós estamos vivendo uma crescente muito boa. Por isso, nosso otimismo se baseia muito na confiança dos atletas. Quando um elenco tem confiança naquilo que está fazendo, ele se torna muito difícil de ser batido, algo que vem acontecendo com o nosso. E isso vem sendo transmitido para a direção. Eu acredito que iremos buscar a classificação. É difícil, mas não impossível, pois já mostramos ter condição de vencer.

ClickCaso avancem para as próximas fases, o Potiguar de Mossoró precisará se adequar a uma nova fórmula da competição, que colocará os times classificados de melhor campanha contra os de menor pontuação. Como a diretoria encara esse novo formato em um mesmo torneio?

Nós acreditamos que podemos sonhar. Entramos na competição torcendo para conseguirmos nos classificar e conseguimos. Vencemos o primeiro jogo do mata-mata e isso nos dá força para seguir alimentando esse sonho, mas sempre com o pé no chão e humilde, pois sabemos das limitações e dificuldades que enfrentamos no nosso dia a dia, mas a nossa equipe sabe o que quer e vai buscar esse acesso.

Click – O clube ainda trabalha para reforçar o elenco pensando na reta final da Série D?

Não temos mais como contratar. A janela da competição se encerra nesta sexta-feira e os jogadores que estavam no nosso radar, não teremos a condição de trazer. Por isso, sentamos com a nossa comissão e decidimos que iremos até o fim com o nosso elenco. Confiamos na qualidade dos nossos atletas e ganhamos um reforço do nosso departamento médico, que é o Cristiano. Jogador da base do Bahia e com passagem na Seleção Brasileira, que irá nos ajudar muito”.

Click – Um dos destaques da arrancada do Potiguar de Mossoró para buscar a vaga no mata-mata foi o técnico Robson Melo, que chegou em junho, há alguma conversa para que o comandante permaneça para o ano que vem?

Eu tenho conversas pré-estabelecidas com o Robson (Melo). Eu acredito muito no trabalho dele, pois acompanho desde que ele comandava equipes na Região Norte. Quando ele chegou, houve um pouco de desconfiança, pois ninguém conhecia, mas temos vários exemplos de treinadores que chegam desconhecidos e fazem grandes trabalhos.

Contratamos ele em um momento da competição em que não vínhamos bem e que se fazia necessária uma mudança. Assim, demos tempo dele ajustar a equipe e conseguimos a arrancada. Desde que ele chegou, a equipe não perdeu mais e só empatamos duas vezes. Acreditamos que o equilíbrio que ele trouxe para o time nos permitirá sonhar mais alto. Desde que ele chegou, a equipe melhorou e corrigiu o problema de jogar bem em casa e fora ter outra postura. Hoje buscamos jogar bem fora e em casa.

Temos um projeto para ele. Já conversamos, mas tudo passa pela eleição que deve ocorrer entre setembro e outubro. Se eu continuar, ele fica. Mas isso vai depender da continuidade. Contudo, antes disso, precisamos ver como ficará a nossa condição dentro de campo, para depois pensarmos em eleição.

Técnico do Potiguar de Mossoró, Robson Melo, durante treinamento
Técnico Robson Melo comando o Potiguar de Mossoró. Foto: Marcelo Diaz/Potiguar de Mossoró

Click – E quais as expectativas para a eleição ao final do ano?

Eu entrei em um mandato tampão, quando o clube ficou presidente em 2021, para assumir o clube “interinamente” por sete meses. Fui eleito em 2022 para um mandato de dois anos e agora devo concorrer à reeleição, mas tudo isso vai depender de várias situações para sabermos se será possível continuar ou não.

Vamos consultar os pares, a direção e ver os projetos que são possíveis para que possamos implementar e construir no clube. Tudo isso vai depender da junção de pessoas que fazem o Potiguar de Mossoró. Se tudo der certo, a gente continua.

Click – E como está a aceitação do seu trabalho junto com a torcida? 

Recentemente, eu passei 20 dias apanhando bastante. Tivemos um problema com uma pessoa que estava no clube, mas tudo se resolve conforme retornamos ao caminho das vitórias. Assim, a verdade se restabelece cedo ou tarde. Conseguimos reverter todo esse quadro e hoje a torcida avalia bem o trabalho.

Há quem cobre uma diretoria profissional, mas se observarmos, tem muito clube milionário por aí fazendo besteira. O Potiguar é um clube com poucos recursos. Nossa diretoria não é remunerada e fazemos tudo por amor. Sabemos que cometemos erros. Se em clubes como o Flamengo tem contratação que não agrada, imagina aqui, que não temos recursos.

Atualmente, nossa folha salarial completa com o elenco e a comissão gira em torno de R$ 105 mil. É um orçamento bem estreito para o que a gente pretende buscar.

Click – Atualmente, a SAF tem sido utilizada como a palavra do momento no futebol brasileiro, especialmente para clubes que estão endividados ou que têm menos recursos. Como o Potiguar de Mossoró caminha nesse sentido? Há algum interesse na implementação de uma SAF?

Para implementarmos uma SAF no Potiguar de Mossoró, temos que analisar vários fatores. Temos vários exemplos de sucesso, mas tem aquelas que não estão sendo positivas. Precisamos estudar e esse processo precisa ser bem construído para que todos saibamos antes o que o clube será após a SAF.

Eu acredito que quando o clube está endividado e não tem recursos, a SAF pode ser a tábua de salvação, mas no caso do Potiguar de Mossoró, que está nas principais disputas possíveis para o nosso calendário, com pré-Copa do Nordeste, elite no Estadual e Série D, o valor do clube cresce. Por isso, estamos nos preparando. Nesse caso, acho que uma SAF seria positivo no Potiguar, mas precisaríamos estudar muito a questão, pois não podemos dar um passo errado.

Click – Como está a situação financeira do Potiguar de Mossoró atualmente?

Temos feito estudos nesse sentido, mas atualmente nossos maiores esforços são para sanear as dívidas do clube. Quando assumimos o Potiguar de Mossoró, as dívidas giravam em torno de R$ 1,7 milhão. Hoje, reduzimos esse valor para menos de R$ 700 mil. Esse passivo a gente considera como administrável. Sempre costumo falar que em clube pequeno a gente administra os problemas e é isso que temos feito.

Nossa realidade hoje é de muita dependência de abnegados. Nosso poder público não nos apoia como merecemos, no meu entendimento. Vemos cidades de um porte menor em que há mais envolvimento seja do poder público ou do comércio local.

Click – Durante a Série D, o Potiguar de Mossoró sofreu um pouco com as condições do Nogueirão, que chegou a ser interditado. Há algum planejamento para reformas do estádio? E em caso de acesso para a Série C, o clube pensa em ampliar a capacidade ou deverá jogar em outro lugar? 

O estádio é municipal. Por isso, nós (da diretoria do Potiguar de Mossoró) juntamente com o prefeito Allyson (Bezerra) temos feito estudos buscando a requalificação do espaço. Entre elas, a Prefeitura vem buscando realizar uma permuta junto à iniciativa privada para a instalação de arquibancadas móveis, pois a área onde fica o Nogueirão é uma região nobre da cidade de Mossoró, que tem valor de mercado alto.

Para fazer o paliativo, precisaremos fazer algumas melhorias. Acredito que caso cheguemos a disputar o acesso, infelizmente, não vamos conseguir jogar no Nogueirão, pois o estádio não tem a capacidade estabelecida pela própria CBF. O ideal seria fazer uma arquibancada móvel, mas os custos são muito altos e não temos como arcar com isso. E, consequentemente, o município precisaria arcar com isso.

Nós lamentamos que o nosso estádio esteja defasado e nem em plenas condições de uso e sonhamos com dias melhores. Nesta temporada, não vemos no horizonte a possibilidade de melhorias significativas. Assim, se formos para o jogo do acesso ou conseguirmos subir de divisão, provavelmente, vamos ter que jogar em Natal, no campo do ABC, que é nosso parceiro e tem cedido o estádio para fazermos nossos jogos.

Click – O Potiguar de Mossoró ainda vislumbra uma vaga na Copa do Brasil em 2024?

Infelizmente, o ranking da CBF coloca o Rio Grande do Norte, atrás do Maranhão. Assim, eles têm três vagas na Copa do Brasil e nós apenas duas. Por isso, precisamos que ou o ABC não caia, que o América-RN ou nós consigamos o acesso, para que haja a ultrapassagem e o Potiguar de Mossoró consiga ir para a competição com a terceira vaga do nosso estado. Estamos nessa expectativa de nós subirmos ou torcer que ABC e América-RN não caiam.

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