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Perfil: Fernando Diniz, a originalidade de quem conhece a fundo o futebol brasileiro

Conheça a história do técnico Fernando Diniz, 49 anos, que vivencia o ápice de sua carreira, dividindo as atenções entre o Fluminense e o comando interino da Seleção Brasileira

Fernando Diniz foi campeão do Carioca pelo Fluminense em 2023 (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense)

Fernando Diniz foi campeão do Carioca pelo Fluminense em 2023 (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense)

Conheça a história do técnico Fernando Diniz, 49 anos, que vivencia o ápice de sua carreira, dividindo as atenções entre o Fluminense e o comando interino da Seleção Brasileira

Uma vida inteira dedicada ao futebol nacional: assim pode-se definir a trajetória de Fernando Diniz, atual treinador do Fluminense e comandante interino da Seleção Brasileira.

Como meio-campista, foram 13 camisas vestidas ao longo dos 15 anos em que atuou, não se estendendo por mais de três temporadas na mesma equipe.

À beira do gramado, foram 14 equipes diferentes comandadas até então, além do mais novo desafio de estar à frente da Seleção Brasileira de maneira provisória, até a chegada do técnico italiano Carlo Ancelotti.

O nomadismo futebolístico, incrementado pela personalidade explosiva e a ousadia nas estratégias e táticas fazem de Fernando Diniz uma figura única no cenário esportivo brasileiro.

Dando sequência à série de perfis de personalidades importantes do futebol mundial, o Click Esportivo relembra a trajetória do treinador, os momentos marcantes de sua carreira e os fundamentos que compõem o tão falado “Dinizismo”.

O pequeno (e marrento) Fernando Diniz (à esquerda), no casamento de sua tia Neusa (Foto: Acervo pessoal/ge)
O pequeno (e marrento) Fernando Diniz (à esquerda), no casamento de sua tia Neusa (Foto: Acervo pessoal/ge)

O futebol na infância de Fernando Diniz

Fernando Diniz Silva nasceu no dia 27 de março de 1974 na cidade de Patos de Minas, interior mineiro, localizada a cerca de 400 quilômetros de Belo Horizonte.

Ainda bebê, com apenas dez meses de vida, sua família migrou para São Paulo em busca de melhores oportunidades de trabalho e condições de vida.

Nas ruas da Vila Ema, bairro localizado na zona leste da capital paulista, onde Fernando e os parentes fixaram residência, foi onde vieram os primeiros contatos com a bola.

As peladas e brincadeiras no asfalto chegaram a render um atropelamento ao pequeno Fernando, que apesar de levá-lo ao hospital, não teve maior gravidade.

No ensino fundamental, o que até então era apenas diversão passou a ganhar mais seriedade, quando adentrou nas categorias de base do Clube Atlético Juventus, cujo centro de treinamento se localizava no bairro vizinho Mooca.

A partir daí, o tempo foi dividido entre a sala de aula e os campos de futebol, tendo espaço ainda para uma breve passagem no futebol de salão do CTC Vila Ema.

Fernando Diniz iniciou a carreira no Clube Atlético Juventus (Foto: São Paulo FC/Instagram)
Fernando Diniz iniciou a carreira no Clube Atlético Juventus (Foto: São Paulo FC/Instagram)

Carreira de Fernando Diniz como jogador

Não seria exagero afirmar que o Fernando Diniz treinador foi lapidado na fase do profissional como jogador de futebol. A versatilidade, a inovação, o interesse pela tática e o comportamento explosivo são características que acompanharam toda sua história.

Com passagens meteóricas por grandes clubes nacionais, teve as participações mais duradouras no clube que o revelou, Juventus, onde jogou profissionalmente de 1993 a 1996, e no Fluminense, jogando de 2000 a 2003.

Depois do início no clube grená e branco, foi emprestado ao Guarani em 1996, mas logo em seguida, no mesmo ano, acertou a contratação com o Palmeiras.

Com os palestrinos teve uma experiência apagada, tendo como maior destaque o fato curioso de ter sido convocado, em plena concentração, para atuar como mesário nas eleições municipais de 1996.

Passou ainda por Corinthians, Paraná, Flamengo, Juventude, Cruzeiro, Santos, Paulista de Jundiaí, Santo André e Gama, onde encerrou sua carreira, em 2008.

Conquistou o Campeonato Paulista por duas vezes, com Palmeiras (1996) e Corinthians (1997), o Campeonato Carioca, com o Fluminense (2002) e o Campeonato Mineiro, com o Cruzeiro (2004).

Dentro de campo, atuou como meia-campista, fazendo as vezes de meia-armador e em alguns momentos assumindo o papel de volante e de ponta.

Entre outros clubes do futebol nacional, Fernando Diniz vestiu a camisa do Santos em 2005 (Foto: Arquivo/Santos FC)
Entre outros clubes do futebol nacional, Fernando Diniz vestiu a camisa do Santos em 2005 (Foto: Arquivo/Santos FC)

Aposentadoria e a fase como treinador

Mesmo antes de pendurar as chuteiras, Fernando Diniz já sinaliza em entrevistas e nos bastidores a sua vontade de seguir à beira do gramado e ingressar na área técnica do futebol.

E assim fez, logo após encerrar a carreira como jogador no Gama, em 2008. Pouco antes da transferência ao alviverde candango, ainda deu tempo de completar o ciclo, vestindo por algumas partidas a camisa do seu clube formador, o Juventus da Mooca.

A primeira equipe assumida por Diniz foi o Votoraty, em 2009. Logo no seu primeiro ano, conquistou os títulos do Campeonato Paulista – Série A3 e Copa Paulista. No ano seguinte, chegou à segunda fase da Copa do Brasil, sendo derrotado pelo Grêmio.

O bom desempenho rendeu o convite para o Paulista de Jundiaí, onde conquistou a Copa Paulista de 2010. Foi demitido no ano seguinte, após uma sequência de resultados negativos no campeonato estadual.

Fez uma breve passagem no Botafogo de Ribeirão Preto, indo na sequência para o Atlético de Sorocaba, no final de 2011. Com os atleticanos, chegou à terceira posição da Série A2 do Paulistão, conquistando o acesso.

Com performances medianas, dirigiu ainda Guaratinguetá, Paraná, Audax, Athletico-PR, Fluminense, São Paulo, Santos e Vasco da Gama.

O próximo título da carreira viria apenas em sua segunda passagem pelo Tricolor das Laranjeiras. Recontratado em 2022, cerca de um mês após a sua chegada, o Fluminense aplicou a maior goleada da Copa Sul-Americana, quando venceu por 10×1 o Oriente Petrolero, da Bolívia.

No Campeonato Brasileiro do mesmo ano, terminou na terceira posição e garantiu a vaga na Copa Libertadores do ano seguinte.

Em 2023 atingiu o auge, com a conquista da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca, seus primeiros títulos de maior expressão, depois de uma campanha louvável, com direito a goleada sobre o rival Flamengo.

Foi eleito no mesmo ano como melhor treinador da competição, premiação que já havia conquistado em 2019, também no Cariocão, e em 2016, no Campeonato Paulista.

A boa fase atual rendeu um convite da CBF para assumir interinamente a Seleção Brasileira, até a chegada definitiva de Carlo Ancelotti para ocupar o cargo. 

Fernando Diniz vai encarar pela frente desafios importantes na gestão da equipe brasileira nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo FIFA de 2026.

Fernando Diniz em sua primeira coletiva de convocação da Seleção Brasileira (Foto: Thaís Magalhães/CBF)
Fernando Diniz em sua primeira coletiva de convocação da Seleção Brasileira (Foto: Thaís Magalhães/CBF)

Os princípios do “Dinizismo”

A disposição tática e a postura adotada pelos atletas sob o comando de Fernando Diniz, deram origem a um modelo de jogo característico do treinador, que ficou popularmente conhecido como “Dinizismo”.

Entre os princípios que regem o modelo envolve a saída de bola com o goleiro. Para Fernando Diniz, o último homem da defesa deve utilizar também a sua habilidade com a bola nos pés, fazendo jogadas curtas que possam atrair a marcação e criar espaços.

A fluidez de posições é outra característica marcante, deixando de lado as disposições fixas para buscar manter a posse de bola e criar opções de passe.

A ideia é manter sempre a superioridade numérica concentrada próximo à bola, deixando apenas um jogador livre para receber e explorando as aberturas deixadas pela marcação elevada do time adversário.

A postura, de um modo geral, acaba trazendo uma série de riscos, que fazem Fernando Diniz ser alvo de críticas e elogios. Porém, o treinador entende que, para uma equipe vencedora, os perigos de uma estratégia ousada devem ser encarados como naturais.

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