
A Pirelli revelou que as previsões de downforce feitas pelas equipes de Fórmula 1 para 2026 apresentam variações significativas, chegando a diferenças de até 30%. Apesar disso, essas simulações não indicam com precisão a ordem competitiva esperada na temporada. O principal desafio está no fato de que cada equipe possui diferentes interpretações e simulações sobre seu desempenho aerodinâmico e cargas sobre os pneus, o que dificulta a análise da situação real dos carros.
Durante o GP da Hungria, o engenheiro-chefe da Pirelli, Simone Berra, disse: “As equipes estão nos ajudando muito fornecendo simulações, mas às vezes têm visões diferentes sobre o resultado de seus dados. Às vezes existem cargas distintas em relação ao que a FIA estabelece como alvo, então também é difícil para nós entender qual é a situação real dos carros para 2026.”
Além disso, a diversidade no uso dos sistemas de frenagem e recuperação de energia pode afetar significativamente os ciclos de temperatura dos pneus, impondo mais complexidade à análise. Berra acrescentou que a Pirelli está trocando informações com as equipes para compreender melhor as diferentes temperaturas que os pneus enfrentarão e que haverá muitas diferenças na forma como cada time gerenciará a temperatura dos eixos dianteiro e traseiro.
Até o prazo de 1.º de setembro, a Pirelli deve apresentar a especificação dos pneus para 2026, que será então fixa para a temporada, salvo unanimidade do Comissário da F1 para mudanças ou exigência da FIA por motivos de segurança.
Complementando, a Pirelli tem realizado testes com sistemas de aerodinâmica ativa e protótipos de pneus para mapear cenários de altas velocidades previstos para 2026, especialmente considerando diferentes níveis de downforce e redução de arrasto. Essas análises são decisivas para definir a construção, banda de rodagem e janelas de operação dos pneus da próxima geração.
Carlo Isola, diretor de motorsport da Pirelli, destacou que velocidades de ponta mais elevadas impactam diretamente o projeto dos pneus, exigindo maior resistência estrutural para suportar as cargas. A Pirelli utiliza dados de telemetria, sensores de pressão e temperatura, desgaste e simulações para ajustar materiais e construção, buscando um equilíbrio entre velocidade, durabilidade e consistência, crucial para os carros que terão maior mobilidade aerodinâmica.
Assim, embora as previsões de downforce sejam importantes para a calibragem dos pneus, elas não traduzem de forma precisa a ordem de competitividade entre as equipes na Fórmula 1 de 2026.
Fonte: Motorsport UOL
