
Joan Laporta, presidente do Barcelona (Foto: FC Barcelona/Divulgação)
Interlocutória do juiz recusou a posição do Barcelona como acusação no caso e questionou capacidade ética de Joan Laporta para acusar ex-presidentes
O Barcelona emitiu um comunicado, nesta quarta-feira (11), após a divulgação de uma decisão interlocutória do juiz Joaquín Aguirre, que está à frente das investigações do caso envolvendo pagamentos de propina por dirigentes blaugranas a José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da Espanha.
No documento, que indica uma posição do magistrado sobre determinado tema do processo, mas não significa uma decisão final, Aguirre rejeitou a posição do Barcelona como acusação, no processo movido contra os ex-presidentes Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell.
Segundo o juiz, Joan Laporta, atual presidente do clube, teria feito pagamentos semelhantes em sua primeira gestão, de 2003 a 2010, o que, portanto, “não é eticamente admissível”. Laporta não estaria sendo alvo de investigação no momento devido à prescrição dos crimes.
Em nota, o Barcelona defendeu o seu direito de figurar como acusação na investigação, buscando ainda justificar as acusações contra Laporta, alegando que o magistrado estava emitindo uma opinião e fazendo juízo de valor.
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— FC Barcelona (@FCBarcelona) October 11, 2023
Confira, na íntegra, a nota do Barcelona:
Na sequência da informação hoje publicada sobre a interlocução do Tribunal nº 1, o FC Barcelona lembra que compareceu como procurador particular no procedimento aberto pelo conhecido Caso Negreira para defender a entidade de um potencial crime de administração injusta no período investigado.
Esta aparição poderia ter sido feita a qualquer momento durante a investigação do caso, mas o clube preferiu fazê-lo desde o início para se posicionar quanto ao pagamento a terceiros, dada a convicção da entidade de que o crime de corrupção desportiva não existia.
O Barça volta a afirmar que durante anos contou com assessoria técnica para árbitros e jogadores e possui material que comprova sua existência e realidade. Todo esse material destinado a melhorar a preparação dos jogos dos times de futebol profissional foi pago em faturas pagas à empresa prestadora dos serviços e a parte do material que está preservada foi entregue recentemente ao Tribunal que conduz a investigação.
Sob a direção do Presidente Laporta, os pagamentos foram sempre efetuados à empresa que, em todos os momentos, se encarregou desta função, e nunca a terceiros ou empresas.
Lamentamos que o despacho ontem notificado contenha opiniões e juízos de valor que põem em causa a ética da Presidente Joan Laporta quando:
1) a pessoa que compareceu no procedimento e está sendo investigada é o FC Barcelona – e não o seu atual presidente –
2) é o clube que tem direito de defesa no procedimento
3) se for o caso, o clube também pode ser prejudicado.Vale lembrar também que o caso está em fase de investigação e que os julgamentos pessoais constantes dos autos nada mais fizeram do que gerar um estado de confusão na opinião pública e na publicação que, seguramente involuntariamente, causou graves danos à imagem do clube e seu presidente.
Em qualquer caso, o clube, liderado pelo seu presidente, continuará a defender os legítimos interesses da instituição através dos advogados que compõem a direção jurídica deste processo.
Por último, voltamos a sublinhar que, na opinião do clube, nada que abale a ação governativa da equipe dirigente é coincidência, sublinhando que o FC Barcelona continua assediado externamente por uma campanha de descrédito institucional, baseada em alguns fatos que pretendem desestabilizar o clube em todas as suas vertentes: desportiva, econômica e social.