
A classificação atual do Brasileirão e comparativo com edições anteriores dos pontos corridos na 32ª rodada.
Com resultados marcantes, a 32ª rodada do Brasileirão achatou o campeonato e pôs fogo na briga pelo título e na zona de rebaixamento.
Dois jogos fecharam nesta segunda (06) a 32ª rodada do Brasileirão. No decisivo clássico carioca, o Vasco derrotou o Botafogo em São Januário, resultado que trouxe consequências importantes nos dois extremos da tabela. Na Vila Belmiro, Santos e Cuiabá ficaram no 0 a 0.
Ainda no fim de semana, Palmeiras, Grêmio e Red Bull Bragantino venceram suas partidas e colocaram ainda mais pressão na briga pelo título. Na parte de baixo, o Goiás venceu o Coritiba fora de casa e o Cruzeiro acabou perdendo dentro de seus domínios para o Inter, resultado que colocou a Raposa no Z-4.
Por conta da final da Libertadores, a partida entre Fluminense e São Paulo foi adiada para o dia 22, e se junta a outros três jogos atrasados neste Brasileirão. O título do Flu ainda definiu o número de vagas brasileiras nas competições continentais do próximo ano.
O quadro acima comprara a classificação atual da Série A do Brasileirão com a pontuação das equipes em edições anteriores dos pontos corridos com 20 clubes. Enquanto o líder e o meio de tabela perdem força, as brigas pelo G-4 e contra a degola passam a registrar pontuações cada vez mais elevadas na comparação histórica.
Disputa insana pelo título
Até a virada do turno, o Botafogo tinha uma margem de 13 pontos em relação ao segundo colocado, a maior já registrada no formato atual do Brasileirão àquela altura. De lá pra cá, essa diferença minguou até atingir o cenário atual.
É bem verdade que os jogos atrasados geram impacto em qualquer análise que possa ser feita. Somente entre os seis primeiros, Botafogo, Red Bull Bragantino e Flamengo tem jogos a menos, os dois últimos em um confronto direto. De toda forma, pelo menos três times estão muito próximos na liderança, com outros três também de olho na ponta da tabela, embora num degrau abaixo.
Classificação da parte de cima por aproveitamento:
- Botafogo (63,4%)
- Red Bull Bragantino (62,4%)
- Palmeiras (61,5%)
- Grêmio (58,3%)
- Flamengo (57,0%)
- Atlético Mineiro (55,2%)
Com duelo direto, Botafogo e Bragantino só dependem de si
Se contra o Palmeiras, o Botafogo chegou a estar vencendo por 3 a 0 e sofreu a virada, daqui a duas rodadas o líder terá outro confronto direto para se redimir. O jogo contra o Red Bull Bragantino terá dois agravantes em relação ao duelo diante do Verdão. Primeiro, por ser fora de casa. Segundo, porque a depender dos resultados da próxima rodada, o confronto poderá valer a liderança.
Atualmente, somente um ponto separa Botafogo e Bragantino, ambos com 31 jogos disputados. Ainda nesta semana, o Fogão enfrenta o Grêmio em São Januário por conta da indisponibilidade do Nílton Santos, enquanto o Massa Bruta vai ao Morumbi enfrentar o São Paulo.
Com o confronto direto marcado para domingo no Nabi Abi Chedid, o Bragantino, assim como o Botafogo, depende apenas de si próprio para ser campeão brasileiro, algo impensável há algumas rodadas. É um luxo que o Palmeiras não possui, já que, além de fazer sua parte, precisa torcer por tropeços do Botafogo (e também do Bragantino) para conquistar o Brasileirão.
Briga pela Libertadores ou pelo título?
Com o título do Fluminense diante do Boca e a desaceleração do Fortaleza, que vem de quatro derrotas no Brasileirão, a briga pelo G-6 parece estar restrita até o sétimo colocado. É justamente uma área da tabela em que as equipes estão pontuando mais que o normal. Do Bragantino ao Athletico Paraense, todo mundo pontua acima da média histórica da posição.
Destaque para a alta pontuação do Flamengo, que só não é o melhor sexto colocado da história por conta do Grêmio de 2014, que tinha um ponto a mais na 32ª rodada. Ainda que o Fla tenha um jogo a menos, a pontuação do sexto lugar não seria alterada, já que o Atlético Mineiro, atual quinto colocado, tem os mesmos 53 pontos.
Em 2014, o sexto colocado terminou o Brasileirão com 61 pontos, segunda maior pontuação da história, somente atrás do São Paulo de 2019, que fez 63. A média de pontuação do sexto lugar é de 58 pontos ao final da temporada.
O alto índice de pontuação dessas equipes, aliado à perda de força do Botafogo, faz com Grêmio, Atlético Mineiro e Flamengo ainda sonhem com o título. Com todas as ressalvas dos jogos a menos, os seis pontos que separam o líder do sexto colocado são a menor vantagem já vista numa 32ª rodada, empatado com 2009. Naquele ano, o líder Palmeiras tinha 57 pontos na 32ª rodada, ao passo em que o Flamengo, então sexto colocado, tinha 51. Não à tôa, o título acabou nas mãos do rubro-negro.
Achatamento também na parte de baixo
Somente um ponto separa o Santos, atual décimo quarto colocado, do Cruzeiro, décimo sétimo e com um jogo a menos. Essa é menor diferença já registrada ente essas duas posições na 32ª rodada, igualando a marca do Brasileirão 2020.
Aumentando o leque, a diferença do Corinthians, décimo terceiro, para o Goiás, décimo oitavo, também é uma das menores já vista a essa altura do campeonato, somente maior que os quatro pontos que separavam as duas posições em 2018.
Além do achatamento, essa edição também vem registrado um significativo aumento da pontuação das equipes da parte de baixo nas últimas rodadas. Se no primeiro turno, as pontuações na briga contra o rebaixamento estavam abaixo da média de edições anteriores, hoje esse cenário mudou.
Com 37 pontos, o Cruzeiro só não é o melhor décimo sétimo colocado da história por conta do Corinthians de 2007, que tinha 38. No caso do Goiás, seus 35 pontos são os maiores já registados por um décimo oitavo, empatado com a Ponte Preta de 2017.
A elevação das pontuações dessas equipes num momento crucial do campeonato faz que aumente a chance de uma pontuação de corte mais elevada. Em média, a tabela final do Brasileirão tem o décimo sétimo caindo com 41 pontos e o décimo sexto se safando com 43. Neste momento, é difícil não pensar em pontuações mais altas para se livrar da queda.
Tomando 2007 como exemplo, o campeonato terminou com o Corinthians caindo com 44, enquanto o Goiás precisou de 45 para se livrar. Já em 2009, os 45 pontos do Coritiba foram a maior pontuação já registrada para um rebaixado. Naquele ano, o Fluminense precisou de 46 para evitar a queda.