
O confronto entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa de 2026 será no dia 21 de novembro, às 21h30 Foto: Secretaria de Cultura do RJ/divulgação
A final da Libertadores e o Superclássico das Américas terão o mesmo técnico pelo “lado brasileiro”
Em novembro, o Maracanã receberá os dois maiores jogos de futebol da América do Sul nesta temporada, impulsionando bastante a rivalidade entre brasileiros e argentinos. Numa série de coincidências no campo e de escolhas administrativas próximas, o principal estádio do Rio de Janeiro abrigará a decisão da Copa Libertadores da América e o Superclássico pelas Eliminatórias num intervalo de 18 dias
A primeira partida será no dia 4, com a “final única” voltando ao Mário Filho após três anos. A edição de 2020, com Palmeiras x Santos, ocorreu sob o impacto da pandemia da Covid-19, tendo apenas 5 mil convidados. Em 2023, foram quase 70 mil ingressos colocados à disposição para Fluminense x Boca Juniors. Ou seja, pela primeira vez haverá um “mandante” envolvido neste modelo decisivo implantado pela Conmebol de forma ainda recente. Com bom futebol e grande poder de reação, o Flu vai pelo título inédito. A “Glória Eterna” o colocaria no patamar internacional dos rivais Flamengo (tri em 1981, 2019 e 2022) e Vasco (campeão em 1998).
Título inédito ou heptacampeonato?
Como se isso já não fosse suficiente, o adversário será o clube mais copeiro do continente. O Boca se classificou à final pela 12ª vez, desta vez numa campanha no limite, sempre nos pênaltis – foram seis empates somando oitavas, quartas e semi. O time de Buenos Aires quer o heptacampeonato, que o igualaria ao rival Independiente, que obteve o 7º título da Liberta em 1984. Este cenário “BRA x ARG” com a massa tricolor em peso, mas com direito a pelo menos 20 mil torcedores argentinos, numa presença respaldada pelo regulamento, será ampliado no dia 21, com Brasil x Argentina de fato e de direito.
A busca pela vaga na Copa do Mundo de 2026 é protocolar para essas duas seleções, mas a rivalidade tem o molho apimentado pelos dois “jogos” em 2021. Em julho, num Maracanã com apenas 7 mil pessoas, a Argentina venceu o Brasil na final da Copa América e voltou a ser campeã depois de 28 anos. Pouco depois, em setembro, já com público totalmente liberado, houve o cancelamento do clássico na arena do Corinthians, valendo pelas Eliminatórias de 2022, devido à violação dos protocolos sanitários por parte de quatro hermanos – daí as aspas em “jogos”. Só que depois daquele episódio a “Scaloneta” emendou com a conquista do Mundial no Catar, consagrando Lionel Messi.
Resultados no Maracanã vão marcar Diniz
Portanto, a volta ao Brasil muito maior, tendo o camisa 10 ainda presente, ainda decisivo e ainda com fome de bola. A sede deste novo jogo foi disputada por quatro estádios, incluindo ainda Neo Química Arena, Arena da Amazônia e Arena Pernambuco, com a CBF definindo o Maracanã em 6 de outubro, dois dias após a virada do Flu em Porto Alegre, na semifinal sul-americana. Para completar a preparação sobre esses dois jogos, daqueles que valem a pena parar diante da tevê, haverá Fernando Diniz à frente tanto do Fluminense quanto da Seleção, onde exerce um papel de “interino” sem muito prazo de validade.
Com um estilo de jogo bem característico, com posse de bola dominante, jogadas mais trabalhadas e quase nenhum chutão, o treinador, já chamado de “Guardiola brasileiro” pela imprensa inglesa, perdeu bastante para enfim começar a vencer. Portanto, nos dias 4 e 21 de novembro, em jogos beirando 40 pontos de audiência na tevê país afora, caberá a Diniz, através do seu plano de jogo, manter a Libertadores no Brasil e frear a sequência de uma seleção vencedora. Se uma missão dessas já seria difícil, imagine duas de uma vez… Em tempo: dá.