ASCENSÃO

Profissionalização, SAF e metas para o futuro: presidente do Ferroviário avalia momento do clube

O Ferroviário teve um 2023 exitoso dentro das metas estabelecidas pelo clube em seu aniversário de 90 anos. Campeão da […]

Presidente do Ferroviário_Aderson Maia

Foto: Lenílson Santos/Ferroviário

O Ferroviário teve um 2023 exitoso dentro das metas estabelecidas pelo clube em seu aniversário de 90 anos. Campeão da Série D de forma invicta, a equipe conquistou o acesso à Série C e ainda garantiu vaga na Copa do Brasil do ano que vem.

Em entrevista ao Click Esportivo, o presidente do Ferroviário, Aderson Maia, revelou que a profissionalização do clube em seus departamentos foi o diferencial para o sucesso do futebol na atual temporada.

O dirigente também destacou que o planejamento para 2024 já começou, inclusive com a chegada do técnico Matheus Costa para substituir Paulinho Kobayashi, que foi para o Capital-DF, além de renovações – vide a do atacante Ciel, principal destaque do Ferrão.

Aderson Maia também falou sobre os planos do Ferroviário para o futuro, com o sonho de chegar na Série B até 2026, disputar a decisão do Campeonato Cearense em 2024 e a preparação para adotar o modelo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Presidente do Ferroviário_Aderson Maia
Foto: Lenílson Santos/Ferroviário

Click Esportivo – Qual foi o diferencial do Ferroviário para ter uma temporada exitosa?

O primeiro trabalho foi uma mudança de perfil dentro do Ferroviário. Uma mudança para se profissionalizar os departamentos. A gente montou uma estrutura para o futebol ter um desempenho melhor e com investimentos.

A gente investiu muito em mercado, trazendo analistas. Fizemos um time dentro dos padrões financeiros, mas de forma bem assertiva. Sempre monitorando possíveis substitutos caso alguém saísse. A gente buscou esse profissionalismo para que o pessoal tivesse um desempenho melhor.

A folha estava girando, no total, em torno de R$ 420 mil. No futebol, especificamente, na faixa de R$ 300 mil.

Click Esportivo – O Ferroviário tem um modelo de sempre tentar manter um ativo no atleta. Isso é algo a ser seguido para os anos seguintes?

Minha gestão vai até dezembro de 2025. Todos os atletas negociados pelo Ferroviário este ano, o Ferroviário ficou com algum ativo. Desde a base. O Emerson Barbosa, por exemplo, foi para o Tombense, mas a gente ficou com 20%. E assim a gente vem fazendo.

No futuro, se algum atleta desse se destacar mais, o Ferroviário não vai ficar órfão. Esse é o modelo que a gente quer seguir.

Click Esportivo – Pensando em 2024, o Ferroviário trouxe o técnico Matheus Costa para substituir Paulinho Kobayashi, que foi para o Capital-DF. Por que ele foi escolhido?

A escolha do Matheus foi dentro do perfil que a gente quer. É um treinador audacioso, que quer vencer e tem um histórico de acesso. Isso é importante porque a gente prefere fazer muito próximo do que fizemos com Paulinho Kobayashi, mantendo a espinha dorsal.

Não me surpreendi com a saída de Paulinho. A gente sabia que a valorização era natural. Ele vai para um projeto que, segundo ele, é viável. E aí cabe a escolha. Ele realizou todas as metas, a gente é grato por isso, mas cada um segue sua vida. Se ele preferiu ir, a gente toca o barco aqui. E isso vale para jogadores também.

Click Esportivo – Como está o planejamento do Ferroviário para 2024? E quais as metas para ano que vem?

A gente vai deixar uma espinha dorsal. E sabemos que o nível vai aumentar. Estamos saindo da Série D para Série C, então precisamos buscar no mercado jogadores de nível de Série C. Foi muito bom o ano da Série D, mas tem jogador de cada divisão. A gente tem que ficar atento nisso.

O planejamento, hoje, é chegar na final do Campeonato Cearense. É algo que a gente vem buscando há anos. O Ferroviário vai tentar buscar o título. Depois, claro, fazer um bom campeonato na Série C e, quem sabe, subir para Série B.

Primeiro passo é a permanência, mas com o trabalho de classificação para a próxima fase. O acesso depende muito do primeiro trimestre. Estamos trabalhando para buscar recursos e disputar o acesso à Série B.

Click Esportivo – Foi difícil renovar com o atacante Ciel, que se valorizou com a temporada de 2023?

O Ciel é um jogador que se encaixou bem no nosso trabalho. Teve a valorização natural, mas se encaixava no modelo financeiro que a gente esperava. Não foi muito difícil, apesar das propostas. Ele tinha vontade de ficar dentro do projeto que temos, que é chegar com o Ferroviário na Série B até 2026.

Podemos chegar no ano que vem, mas botamos 2026 porque, como se diz, tem que ter os pés no chão. Tem que se estruturar. A gente vai se estruturar, voltar a ser um time da Série C e, depois, pensar em Série B.

Ciel_Ferroviário_2023
Foto: Lenílson Santos/FAC

Click Esportivo – E a questão da SAF? O Ferroviário já recebeu alguma consulta?

A SAF veio para ficar no futebol nacional. O Ferroviário não pode ficar de fora do modelo SAF. Mas, para isso, precisamos saber qual o modelo vamos querer. O Ferroviário, hoje, tem um passivo controlado. Então, um modelo de mais de investimento, se juntando com o associativo e, em conjunto, fazendo o trabalho no clube para dar o retorno necessário.

O Ferroviário não é como os clubes que têm o passivo maior que o patrimônio. A ideia da gente é um modelo de mais sociedade. Clube e SAF. Com percentuais, claro, mas com o associativo sendo majoritário. Tudo isso está sendo estudado, mas sou favorável. A gente está em fase de estudos para ver qual o melhor modelo que se adapta ao Ferroviário.

Esse modelo (de SAF no Fortaleza) é o modelo dos clubes que não têm o passivo muito grande. É o modelo ideal. Outros clubes não tinham para onde correr, tiveram que entregar 90% das ações para a SAF. É diferente do Ferroviário, do Fortaleza, porque a gente não tem esse passivo.

É uma coisa do futebol cearense, que vem sendo um exemplo. Existe o passivo? Sim, mas é controlado. Ninguém pode descartar a SAF, porque é um complemento do que o clube associativo pode oferecer.

Click Esportivo – Como você vê os movimentos das ligas Forte Futebol e a LIBRA?

O Ferroviário está aberto para propostas. Como a gente estava na Série D, essas ligas estão chegando muito nas Séries A e B. Mas acho muito importante. Hoje, o futebol tem um mercado enorme no mundo, gera emprego em todos os setores. É um mercado de trabalho que merece investimento grande.

Click Esportivo – Como você avalia a sua gestão em 2023? Qual ponto positivo e o que há para melhorar?

O primeiro passo foi a união. O Ferroviário estava desagregado. O grande mérito foi resgatar a união e a credibilidade da marca Ferroviário. E é credibilidade em todos os sentidos, dos fornecedores ao atletas. A credibilidade de honrar os compromissos. E é a união de todos. Da diretoria, da torcida, que apoiou muito.

A gente tem que sempre pensar na melhoria. A gente só voltou ao patamar que a gente estava, agora tem que almejar coisas maiores. Agora é o trabalho de forma humilde, planejada, principalmente financeiramente, para que a gente possa ter um futuro melhor.

Ferroviário_Campeão_Série D
Foto: Lenílson Santos/FAC
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